7 de junho de 2011

A HISTÓRIA DE NORMA

Norma ou Norminha, como era conhecida na escola, não gostava de estudar. Prova, redação, tudo era um sacrifício para ela. Sobre o caderno de caligrafia ela sempre chorou. Imagina ter que apagar a perna do A e fazê-la de novo? Sofria até bullying na escola porque esse tipo de sofrimento é muito antigo, rotulado de outra forma. Um dia a mãe de Norma desistiu dela, mas não totalmente. Pediu a ela um esforço mínimo, pelo menos passar de ano, mesmo raspando. Em troca teria que ler. Ler muito, sem compromisso. Sem redação, ficha de leitura e tudo mais. Norma adorou, ficou em estado de graça. Sem cobranças, começou a ler na biblioteca. Até que um dia ela teve uma dúvida numa palavra. Correu na estante e buscou um dicionário. Achou o significado. A coordenadora do local a indicou a internet, para agilizar. Norma gostou mais ainda, a vida tem que ser assim. Rápida, sem maiores compromissos. Só que ela pesquisou tanto, que um dia na sala de aula foi solicitada uma redação. E sem maiores compromissos, Norma escreveu e muito bem. A mãe surpreendeu-se com a nota da filha, no retorno da aula. E a menina escrevia em casa. E escrevia, escrevia. Lia, lia e relia. Sem compromisso, de ser o que havia construído para si mesma.


Segue o blog...

Nenhum comentário:

Postar um comentário