16 de maio de 2013

Pequeno conto de um dia frio



Ela caminha distraida em direção à loja de conveniência do posto de gasolina e encontra a porta fechada. Em obras, registrada numa placa que anunciava a abertura até o final do mês. Aproveita o intervalo e segue em frente pela rua. Acostumamos com o mesmo lugar, com a mesma mesa. Só uma mudança brusca, uma porta que fecha nos faz prestar atenção. E mudar um pouco, variar a paisagem e nossos caminhos.
Segue pela mesma calçada, ouvindo a música da Alicia Keys no blog. Pensa que uma nova ideia pode surgir, quando passa pela padaria. Quem sabe um café de padaria? Sem leite. Café com leite, café sem leite. Agora seria opcional, o leite anda com problemas. Sempre a criticaram por tomar muito café. Hoje sente-se até feliz. "Girl on fire"... essa é a música que toca ao seu ouvido. Pretende voltar a padaria outro dia. Café de padaria deve ser tomado bem cedo e com um pão bem quentinho. Sem esquecer da manteiga. Uma meia taça, numa manhã bem fria, como essa de maio. Essa é a melhor receita.
Dobra a esquina, passa pela farmácia e segue em frente, enxergando uma delicatessen. Certo dia uma amiga a indicou. E ela entra, retira os fones e o gorro de lã,  pedindo um café. Minutos depois, começa a sorvê-lo lentamente, lembrando de um amor. Quando estava descrente de sua existência, ele apareceu. Mas ela o ama a distância. Não sabe se um dia contará toda essa verdade que guarda consigo e que, de certa forma, cuida de longe. No momento lhe falta coragem. Prefere esperar. E vai levando a vida, usando do sentimento como inspiração, como um alento que a ajuda nos momentos em que se sente mais frágil. Um brinde ao novo café e ao velho amor.



Segue o blog...em Porto Alegre, 5 graus às 7 horas da manhã.

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