20 de outubro de 2013

Nada é definitivo

O que ela mais gostava nele era seu jeito meio intelectual porque lia muito. Gostava de conversar sobre tudo. Ele sempre entendia de tudo. Quem lê carrega uma certa sabedoria própria. Eles sempre se encontravam na cafeteria. Lembra do primeiro dia que o enxergou com o laptop, sentado num canto. Parecia seu escritório, ficava absorto, nem prestava atenção nela. Mas um dia começou a prestar. O que ele gostava nela era o jeito leve de levar a vida e o pensamento positivo. Dona de um sorriso que vale por muita coisa e remove montanhas, mas, ao mesmo tempo de um olhar meio triste e distante. Lembra que o pedido do café veio errado. Decerto a atendente se confundiu com o número das mesas e entregou o seu café a ela. Trocaram olhares e a história começou meio atrapalhada, mas começou.
Agora a ameaça de separação rondava o casal. Aquele curso tão longe e tão sonhado por ele separaria os dois por um tempo. O que aconteceria daqui para frente? Só o destino sabe. E no dia da partida, ele veio com uma ideia diferente. Confessou seu amor e não sabia como se comportaria à distância. Mesmo com a internet, e-mails, facebook, mesmo assim o dia a dia é às vezes inusitado.
Por esse motivo, ele optou por simplesmente amá-la. Levaria no pensamento as lembranças e cuidaria de longe. Pensou em terminar tudo mas sabia que seria difícil. Pegou a passagem e deu a última olhada para trás. Disse que se afastava e a deixaria livre para pensar sobre a vida. Sabia dentro de si que sempre estaria pensando e cuidando dela, deixando o futuro agir e reagir. Achava bonito um amor opcional, que não deixa de ser amor pela intensidade e cuida de longe, pelo simples fato de amar tanto. E deixá-la seguir o próprio caminho, o deixava completamente feliz.
A mochila parecia mais pesada que o habitual. Acomodou-se no trem com os fones e ouvia uma música. Aquela música que traz lembranças na melodia...
Essa história talvez tenha um meio final, já que o "the end" sempre é definitivo.




 
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